O Projeto Dom Távora avança na sua meta de trabalhar pela redução da pobreza rural em 15 municípios dos territórios Centro Sul, Agreste Central, Médio Sertão e Baixo São Francisco, em Sergipe. O projeto tem o apoio do Instituto de Assessoria para o Desenvolvimento Humano (IADH), parceiro do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano (PNUD), que possibilitou a formulação e execução do Programa de Desenvolvimento de Capacidades para Agricultores Familiares e Técnicos Estaduais em Negócios Rurais do Projeto Dom Távora.
São cursos e seminários nas quatro regiões de Sergipe. Também vão ocorrer as oficinas específicas. Ao todo, serão abordados 14 temas nos encontros formativos: os cursos contemplam gestão de negócios agrícolas e não agrícolas e gestão sobre negócios rurais; os seminários serão sobre associativismo e cooperativismo; e as oficinas abordarão temas específicos, como piscicultura, apicultura, avicultura caipira, ostreicultura, ovinocaprinocultura, cocoicultura, horticultura agroecológica, artesanato rural, mandiocultura, fruticultura e rizicultura. Os eventos formativos contarão com metodologias participativas, instrumentos e materiais didático-pedagógicos preparados exclusivamente para os educandos que participarão do processo de capacitação, composto por trabalhadores e trabalhadoras rurais, jovens e adultos.
De acordo com Ricardo de Cerqueira, um dos coordenadores do projeto pelo IADH, cada tema contará com uma apostila preparada por especialistas e consultores, que será distribuída a todos os participantes, junto com um kit composto por bolsas, blocos, canetas e squeezes personalizados. “Chamamos esse programa formativo de ‘Desenvolvendo Capacidades’, destacando que a formação é um processo que gera trocas de saberes entre educadores e educandos”, conta. O foco maior é atender as famílias de pequenos produtores rurais, com ou sem terra, entre as quais terão prioridade os jovens, os grupos étnicos e as mulheres chefes de família.
Os princípios que norteiam o processo formativo do IADH são a fundamentação e a difusão da democracia; o desenvolvimento das capacidades dos sujeitos; a inserção dos sujeitos no mundo; o desenvolvimento e a difusão da cultura; e o cuidado com os sujeitos. Inclui, portanto, um conjunto de atividades que visam à aquisição de conhecimentos, capacidades, atitudes e comportamentos exigidos para o exercício de funções próprias de uma profissão ou de uma prática social. Para favorecer o melhor entendimento dos conteúdos pelos educandos, serão utilizadas dinâmicas de grupo, jogos pedagógicos, momentos lúdicos, intercâmbios e vivências.
Como resultados esperados do programa, busca-se alcançar: 1.850 agricultores familiares envolvidos nos eventos de capacitação; 60 técnicos nos eventos de capacitação; 9 facilitadores locais formados e atuando nos processos de capacitação dos beneficiários do projeto; 74 cursos sobre gestão de negócios agrícolas e não agrícolas realizados; 37 seminários sobre associativismo e cooperativismo realizados; 37 oficinas de gestão produtiva realizadas; 1 curso de gestão negócios agrícolas e não agrícolas para técnicos realizado; 80% dos conteúdos apreendidos pelos participantes dos eventos formativos; mais de 30% de participação de mulheres nos eventos formativos; 50 pessoas oriundas de comunidades quilombolas que participaram dos eventos formativos; 100% dos eventos de capacitação com materiais didáticos produzidos de forma colaborativa e contextualizada.
Parcerias – O IADH firmou parceria com o PNUD ao vencer a concorrência do edital lançado em 2016, tendo por finalidade “Formular e executar o Programa de Desenvolvimento de Capacidades para Agricultores Familiares e Técnicos Estaduais em Negócios Rurais do Projeto Dom Távora”. Daí foi assinado o contrato de prestação de serviços de consultoria profissional nº BRA10-35496/2017, com início em junho de 2017 e término em junho de 2018. “Iniciamos os trabalhos com reuniões internas entre a equipe técnica do IADH, encontros para alinhamento institucional com os parceiros e coordenadores do Dom Távora e visitas de campo nas quatro regiões”, conta Ricardo de Cerqueira. Ele diz, ainda, que a metodologia do IADH é permanentemente customizada e adaptada às necessidades locais e dos participantes. “Nosso trabalho não é estático; parceiros, educadores e educandos constroem juntos”, pontua Ricardo.
O IADH é uma organização da sociedade civil de Interesse Público (Oscip), fundada em 2003, cuja missão é “desenvolver capacidades de pessoas e organizações em estratégias e processos de desenvolvimento local sustentável”, articulando três eixos: fortalecimento do capital social de territórios, da base econômica local e da governança institucional, contribuindo para a construção de alternativas que promovam o desenvolvimento humano sustentável, com ênfase no combate à pobreza e na redução das desigualdades sociais. Também são parceiros do Projeto Dom Távora, o Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura (FIDA) e o governo de Sergipe, por meio da secretaria de estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro).